Não deu certo

Diz o ditado: é mais fácil pegar um mentiroso do que um coxo, apesar de politicamente incorreto, o ditado está cheio de razão.

O atual prefeito conseguiu um feito notável: mentiu com data, dia e hora. Mentiu com certidão, pois na tarde do dia 12 de dezembro de 2012 ele assinou um documento assumindo a obrigação de pagar o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), que valoriza a categoria dos funcionários públicos. Assumiu, portanto, um compromisso jurídico.

Agora, o argumento do governo é de que o reajuste é ilegal. Mas como ilegal? Todos os trâmites foram percorridos, todas as exigências formais foram cumpridas, a Câmara se pronunciou, mas na hora de fazer valer o acordo, aparece um embargo patrocinado pelo Partido da República (PR) - do Garotinho, aliado do prefeito – dizendo que o reajuste fere a Constituição. E, enquanto se discute a validade do pedido, o governo se recusa a cumprir o acordo.

Quem diria que com tantos anos de experiência na vida pública, o prefeito assinaria um documento ilegal?

Que dizer: para não pagar o que deve, o prefeito se esconde num suposto “descumprimento de lei” e diz que a culpa é de quem pediu o embargo, isto é, seu aliado.

Ora, o ‘alcaide’ sugeriu a esmola de um abono até que a situação se esclareça, prática, aliás, usada por ele anos e anos. Não deu certo, não vai dar certo! Os sindicatos não ficam de joelhos. Os tempos mudaram. O estoque de espertezas está acabando.

O reajuste é um “abacaxi”?

E os aumentos nos valores dos cargos em comissão? São mais de 40 cargos com proventos iguais ou superiores aos que se ganham na capital. O prefeito ganha mais do que o governador. Existem “assessorias especiais para projetos idem”.

Vamos falar sério. O prefeito não paga porque não quer. Porque tem “outros planos”, porque considera o funcionalismo um bando de desocupados, prontos para comer na mão dele.

Os tempos são outros. A sociedade está atenta e mobilizada. Pague o que deve ao funcionalismo, o resto é conversa para boi dormir, com pesadelos.

Artigo publicado no jornal Folha dos Lagos do dia 31/01/13