quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ordem Pública


No último final de semana tive a rica oportunidade de fazer um proveitoso caminho pelos diversos cantos da cidade de Cabo Frio. No sábado, em Tamoios fui a bares, restaurantes e comércios na beira rio; almocei na pensão da Juju, percorri a orla da praia e caminhei por Unamar, fazendo o caminho da estrada do Gargoá onde fui procurar o amigo Zé do Leite. No domingo, fui ao Hortifruti, roteiro da família cabo-friense; ao Mercado Sebastião Lan, onde o urbano e rural se entrelaçam e caminhei pela Ézio Cardoso da Fonseca, coração do Jardim Esperança.
Por onde andei, ouvi muitas reclamações do chamado “choque de ordem pública”, e do tom ameaçador da propaganda oficial. A arrogância e prepotência assustam a todos indistintamente, da professora que estarrecida me abordou no hortifruti para dizer: “Janio, que loucura: eu ouvi o Prefeito dizer numa entrevista no meio do Bloco Evidence, que ele estava ali para mostrar ao povo que a cidade tem dono.” Continou ela: “Isso é coisa de coronel!”. Do comerciante do Jardim Caiçara que no Mercado Municipal deixou um aperto de mão e a fria mensagem: “Desculpe se não faço festa para você como antes, é porque eles observam tudo e estão nos perseguindo”. Na Ézio Cardoso, uma ex-servidora aproxima-se e desabafa: “Fui demitida, não me arrependo do que fiz, faria tudo novamente! Fiquei triste porque minha ex-chefe, a quem tanto ajudei, levou minhas fotos do facebook em seus comícios, e por isso fui demitida. Ela te traiu!”
Hoje, quero aqui abordar o choque de ordem. Concordo que a cidade precisa de um ordenamento, as coisas estão muito soltas; o pedestre tem que ser a prioridade, este é o desafio da gestão pública moderna. Agora, o mesmo pedestre que precisa de espaço para caminhar, é aquele que precisa do espaço para o lazer, para ganhar dinheiro e de medidas que reduzam o custo de vida.
As medidas anunciadas pelo governo não passam de politicagem e um ato de violência contra o cidadão. A princípio vai gerar o grande descontentamento, depois virá o jeitinho, onde os apadrinhados e aqueles que se convertem ou silenciarem, poderão fazer o que bem entender.
A cidade precisa de regras claras e universais para o uso de calçadas e espaços públicos. Uma legislação que preserve um espaço livre, acessível e urbanizado para pedestre e garanta a atividade de comércio. A obrigatoriedade do ensacamento de materiais de construção para determinadas regiões da cidade, por exemplo, irá encarecer o custo da construção, pois a embalagem e o empacotamento incidirão em custo final de produto.
Na área do comércio a pergunta: esse choque começará por aqueles que ganharam de presente do próprio Alair, no passado, o direito de explorar espaços públicos?! E em relação ao material de construção, está garantida a manutenção de preços, a começar pela loja oficial do pedreiro?!

Artigo publicação na Folha dos Lagos, na edição do dia 21/02/13

3 comentários:

  1. A certeza de que não chegara aos apadrinhados e forte. Como diria o velho escriba Totonho, "Doutor Alair" não vai cortar a energia do Boulevard Canal, e do Restaurante da Ponte, onde seus aliados desde seu primeiro governo conta com espaço publico e energia gratis, quer dizer, gratis não neee, paga pela população mais carente que fica sem assistencia social necessaria a "dignidade". Hoje as creches estão funcionando em meio expediente, ou seja, uma turma entra as 13 e sai as 15 e a outra entra as 15 e sai as 17. ISSO SIM EH UM GOVERNO DE DIGNIDADE.

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  2. Não concordo com o texto..
    A lei orgânica municipal já proíbe qualquer tipo de mercadoria nas calçadas. Só que em todos esses anos ninguém cobrou a aplicação da lei. O povo relaxou, se acostumou mal e agora que querem fazer a lei acontecer, o povo fica de mimimi e reclamações. Tem que cumprir sim no mais alto rigor, o país está essa bagunça justamente por que a lei não é aplicada conforme deveria.

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  3. Também não concordo com o texto, a propaganda exibido na TV sobre o Choque de Ordem, foi apenas um aviso e não tinha nenhum tom ameaçador. Quem viu essa ação do Governo como arrogância e prepotência na verdade está acostumado a levar vantagem em tudo, usa o espaço público para objetivos próprios, e além de não pensar na população. agora eu pergunto Deputado onde está sua preocupação com as pessoas com deficiência??? elas precisam das calçadas livres, principalmente os cadeirantes e deficientes visuais. Deveria pensar antes dizer que "As medidas anunciadas pelo governo não passam de politicagem e um ato de violência contra o cidadão", e o que na verdade é um direito do cidadão, e está na Lei orgânica do município, além do mais não é culpa do atual governo os reflexos da má administração do governo passado. A cidade de Cabo Frio precisa e merece ter mais qualidade de vida e melhor infraestrutura.

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